Arte Infantil

05-05-2010 15:57

    Normalmente as crianças expressam-se através da linguagem, mas mais frequentemente através de gestos, da mímica, de determinados ruídos, tudo para interpretar personagens ou factos da sociedade dos adultos.

    Se tiver oportunidade, a criança exprime-se espontaneamente também através do desenho. A criança procura comunicar um seu conteúdo interior por meio de um gráfico que vai dos gatafunhos até às figurinhas cada vez mais completas e ricas de pormenores analíticos.    Na época pré-histórica, o homem pintou nas paredes das cavernas as principais cenas da sua vida, protegeu graficamente as suas emoções que constituem uma mensagem apreendida por nós.

 

“A pintura constitui, portanto, uma linguagem, uma forma de comunicar, diferente da linguagem fónica, ou linguística, da musical, plástica ou mímica. Todas estas formas se reúnem no entanto, no conjunto mais amplo da actividade expressiva.” Bruno Ciari

 

  

     Através da pintura a criança demonstra uma atitude de se exprimir, por meio das formas e das cores, desenvolve-se a capacidade de sentir, de compreender e apreciar os trabalhos dos outros, proteja nos quadros os seus gostos, as suas preferências e os seus conflitos.

    É psicologicamente absurdo obrigar as crianças a copiar um objecto determinado ou a reproduzir um desenho feito no quadro feito pelo professor, deve-se dar à criança plena liberdade na escolha do tema e desenvolvê-lo à sua maneira, portanto o professor deve dar apenas uma ajuda técnica, isto é, ensinar-lhe a pegar no pincel, como a mão deve estar leve e que devem pintar primeiro as coisas grandes e depois as mais pequenas, como combinar cores, etc.

    A pintura e o desenho dão-nos a possibilidade de conhecer a fundo a criança no seu ambiente.

 

    O desenho, a pintura, a modelagem, o jogo das personagens numa representação, são formas de arte infantil.

    A arte infantil, e sobretudo o desenho, pode ser um teste tradutor da evolução ou maturação das aptidões intelectuais, perceptivas e motoras. Fazer uma primeira interpretação dentro desta óptica, parece ser fundamental, porquanto, a compreensão da estrutura e o significado de tudo quanto figurar no grafismo da criança implica o conhecimento prévio do grau de maturação do autor cuja obra se estuda. Esta maneira de analisar o desenho implica, conceitos de ordem quantitativa, onde a comparação estatística para determinar a posição da criança em relação a outras da mesma idade é fundamental. A psicologia objectiva, quantitativa, quando analisa os desenhos segundo esta perspectiva, tem aqui um papel preponderante. O assunto já foi detalhado e propõe a abordagem à questão, por conseguinte, de outro ângulo: a possibilidade de a «arte infantil» traduzir o carácter e os conflitos mais íntimos da criança.

 

    Os primeiros anos de vida da criança são extremamente importantes para o seu desenvolvimento, pois é nesta primeira etapa que ela começa a interagir com o meio que a rodeia, através do qual inicia a aprendizagem.

    Portanto, a arte pode contribuir bastante para esse desenvolvimento, sendo que, o contacto com esta acontece bem cedo, quando a criança reage ao meio através dos seus sentidos, ou seja, da sua visão, audição, olfacto, paladar, toque, manipulação… Contudo, no que se refere à expressão, o seu primeiro registo permanente acontece por volta dos 18 meses de idade, na forma de Garatuja, mais conhecida por rabisco ou gatafunho.

    

    Segundo o educador Viktor Lowenfeld, o desenho passa pelas seguintes fases:

 

  • Garatuja desordenada;
  • Garatuja controlada;
  • Garatuja comentada;
  • Etapa pré-esquemática;
  • Etapa esquemática;
  • Fase do realismo.

 

    Estas seis fases têm faixas etárias distintas. A garatuja desordenada encontra-se entre os 18 e os 24 meses; a garatuja controlada situa-se entre os 2 anos e os 3 anos; a seguir vem a garatuja comentada que vai até aos 4 anos; desde os 4 anos até aos 7 anos a criança encontra-se na fase pré-esquemática; depois vem a fase esquemática até aos 9 anos; por fim, até aos 12 anos, a fase do realismo é a que predomina as crianças.

 

 

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