"Educar com regras e liberdade"

08-02-2010 09:16

 

"Todos sabemos que as crianças e jovens precisam de liberdade, mas também necessitam e procuram nos seus progenitores a resposta para a pergunta: até onde posso ir? encontrar o ponto de equilibrio é uma tarefa nem sempre fácil, mas indespensável para todos aqueles que ajudam a construir a formação de um individuo.

Impedir a autonomia progeressiva da criança, refreando-lhe a liberdade, é impedir que ela se transforme numa pessoa consciente, autónoma e responsável. Por sua vez, não impor limites não é sinónimo de dar liberdade, mas sim de abandono.

 

Os castigos:

Todos os pais desejam que os filhos apresentem comportamentos e atitudes ajustados às situações. Contudo, frequentemente há duvidas sobre necessidade de punir a criança quando ela faz algo de errado ou quanto a usar reforços positivoos sempre que apresentar um comportamento adequado. Em relação a esta questão, é importante termos em conta que todos nós somos castigados quando não cumprimos a lei ou nos afastamos daquilo que a sociedade espera de nós. Reprovamos na escola, somos multados pela policia, despromovidos ou mesmo despedidos do emprego se não cumprirmos com as nossas obrigações. A opção pelos castigos devem então ser assumida como uma atitude que se torna necesária quando a outras alternativas educacionais se mostraram ineficases. A imposição de regras tem com objectivo último que a criança aprenda a auto-regular-se, isto é, que seja ela própria a avaliar se o seu comportamento está adequado ou não à situação, auto-corrigindo-se. No entanto, temos de entender que para que haja uma correcta interiorização das regras é necessário haver regras! Além disso, o processo exige algum tempo, paciência e repetição. E quanto mais nova for a criança maoir impotância assumem alguns aspectos, como a reacção imediata às situações erradas (de nada vale adiar o castigo). Outro factor importante é ter a certeza de que o motivo do castigo ficou claro para a criança- ela deve saber exactamente porque é que errou e porque é que está a ser castigada.

 

 Os reforços positivos:

Os reforços positivos são importantes, porque promovem na criança e no jovem o desenvolvimento da auto-estima, aspectos absolutamente fundamental no bem-estar e no equilibrio emocial de qualquer ser humano. Para uma criança, não haverá reforço mais positivo do que receber das pessoas que lhe são significativas um estimulo pelas suas conquistas ou pelos seus comportamentos ajustados - seja um elogio, um sorriso de aprovação, um beijo, um abraço apertado... Deste modo, ela irá mais facilmente assimilar os indespensáveis limites e os padrões adequados do comportamento que dela se esperam. Curiosamente, poucos são os educadores que utilizam o elogio como ferramneta para a educação. Estudos mostram que o númeroo de criticas é muito maior que o de elogios. O pior de tudo isso é que as criticas surgem muitas vezes acompanhadas de ofensas, generalizações e comentários pouco ou nada estimulantes, como "é um menino muito feio", "és a vergonha da minha cara", "não tens maneiras nenhumas", "és burro", "não fazes nada bem feito", etc.

Deste modo sacrifica-se a auto estima. A criança interioriza as palavras do adulto e não se esforçará por mudar, até porque não se sente capaz de o fazer.Em contrapartida, uma criança confiante procura novos estimulos através de atitudes cada vez mais correctas e adequadas ás situações que vivenciam.

A conquista da autonomia:

Qualquer criança , desde muito pequena, demonstra interesse em desempenhar autonomamente as actividades do seu dia-a-dia. A partir do segundo ano de vida, surgem os comportamentos de imitação, sendo frequente vê-las a simular actividades domésticas. Assim sendo, há que aproveitar esse interesse e, quando for possivel, premitir que desempenhem pequenas tarefas, tentando sempre potenciar outras, face ás actividades demonstrem interesse em aprender. Ajudar a por a mesa ou colocar a louça na máquina de lavar são dois exemplos de pequenas coisas que se podem estimular. Outro aspecto importante é nunca substimar a capacidade de uma criança, pois mesmo que não seja bem sucedida á primeira vez, sendo-lhe dada a oportunidade de treinar, certamente aprenderá a tarefa, desde que esta seja compativel com a idade e a coordenação motora."

por Teresa Paula Marqus, psicóloga clinica para Certa

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