Fase Esquemática

18-05-2010 21:34

 “A criação artística torna-se uma abertura capaz de conduzir até à compreensão da mente infantil, tanto quanto as diversas formas de exploração do mundo interior”.

Adap. Souza, 2005

 

 

“Antes eu desenhava como Rafael, mas eu precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças”

Pablo Picasso

 


O “esquema” é o conceito que a criança apreende. Ela irá repetir incessantemente até existir uma experiência intencional que a modifique. Contudo, não é uma repetição estereotipada.

Em adição, não se encontram dois esquemas iguais – diferenças de personalidade da criança e de grau de activação do professor do conhecimento passivo da criança.

                Se as partes do esquema são separadas do todo, perdem o seu significado.

Ilustração 11

As crianças mostram-se ansiosas por comentar o que motivou o desenho. Talvez, porque no esquema a criança não esta a tentar copiar o real, mas a demonstrar a apropriação do conceito. Isto leva a crer que é um processo mental, ou seja, a consciencialização dos seus sentimentos, o desenvolvimento da sensibilidade perceptiva.

 


 


Esquema humano

O esquema humano surge após experimentações. A criança mostra símbolos que retratam as diversas partes do corpo (boca, nariz), segundo os seus conceitos activos dessas partes, a roupa pode ser desenhada em lugar do corpo.

 



 

Noção de espaço

    A criança pinta desenhos com “visão raio X” – mostra o interior dos objectos, ou seja, mistura conceitos de “dentro” e “fora” e é mais objectiva e definida na representação espacial.

 


 

Noção de cor

    A criança descobre naturalmente a afinidade entre cor e objecto. Uma cor definida para um objecto, e sua constante repetição são reflexo da intelectualidade e descoberta das crianças. Isto leva a criança a desenvolver a sua própria relação com a cor.

 


 

Materiais artísticos

    A criança deve usar qualquer material de arte facilitando a auto-expressão infantil e não constituir um obstáculo. Todos os materiais são adequados, desde que supervisionados.

 


 

Papel do professor

    O professor tem de ter em atenção o método de trabalho da criança.

    Para o método de trabalho com materiais, a criança:

 

  •        Precisa de desenvolver as suas técnicas e todo o ensino da “técnica correcta”, restringe a abordagem individual infantil;
  •        Deve ter tempo para explorar os métodos, e não ser interrompida a sua expressão com o ensino “da maneira correcta de segurar o lápis”;
  •        Deve de ter um professor que fornece material apropriado no momento em que o aluno estiver mais predisposto a usá-lo.

 

“A arte infantil, e sobretudo o desenho, pode ser um tradutor da evolução das aptidões intelectuais, perceptivas e motoras”.

Cardoso & Valsassina, 1988, cit. Costa, 1996

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