Uma Viagem Atribulada...

03-05-2010 09:50

Na passada segunda-feira, dia 26 de Abril, às 10h e 30min, o nosso grupo tinha uma reunião marcada com uma das responsáveis pela CASA SOL. A reunião tinha como intuito entregar os alimentos recolhidos durante a campanha realizada pelo grupo e conhecer a instituição para melhor a dar a conhecer à comunidade escolar, a familiares e amigos.

 

Então na segunda-feira, pelas 9horas , eu, a Ana Filipa e a Sónia encontrámo-nos na escola para ir buscar os alimentos que se encontravam guardados no gabinete de geografia e depois podermos ir para a associação.

Bem, devo confessar que foi uma manhã deveras atribulada vejamos…

Problema nº1:

Assim que chegámos à escola, eu e a Sónia verificámos que teríamos algumas dificuldades a chegar ao gabinete de geografia, pois para além de uma das duas portas de acesso ficar dentro da sala nº25 que estava apinhada de alunos em aulas, ninguém nos sabia dizer onde estava a chave da outra porta de acesso. Mas enfim, lá encontrámos alguém que nos soube dar a chave depois de séculos à procura. Estávamos salvas!

Pois…afinal não! Parece que alguém decidiu colocar todos os sacos com os mais de 100 alimentos recolhidos por detrás da porta, ou seja, a porta do gabinete não abria…mas no final não foi assim tão mau, afinal só foram necessárias três pessoas a empurrar a porta do lado de fora para que conseguíssemos desviar os sacos que impediam a passagem…

Logo em seguida, começámos a dividir os bens alimentares pelas mochilas que cada uma de nós trazia e por sacos, foi nesse momento que nos apercebemos que se calhar éramos poucas para tanta coisa, mas não foi isso que nos fez desanimar e lá fomos nós! Cada uma com uma mochila às costas completamente a abarrotar, a Ana Filipa com 3 sacos eu e a Sónia com outros dois e ainda um daqueles sacos enormes que dão nos supermercados com uns 20kg só em arroz, e viva ao esforço físico =)

Fomos até ao metro se grandes percalços, apesar do calor que se fazia sentir e das três paragens que fizemos no caminho só para descansar um bocadinho, basicamente: mais de 10min para fazer um percurso que nem 3min demora. Apanhámos o metro e fomos até ao Saldanha onde teríamos que sair do lado da casa da Inês e apanhar o 742 no sentido Alto da Ajuda, é fácil certo? =)

Problema nº2

Pois nós também achámos, mas pormenor: qual é a saída do metro que dá para o lado da casa da Inês?

Sónia: -Núria, tu que és a única que já lá foste vê lá qual é a saída sff.

Filipa: -Olhem…casa de banho?!!!-desespero total

Núria:-Oh Sónia é aquela! Tenho a certeza! Ah espera! Afinal é aquela…ah não acho que é do outro lado… Já sei! É aquela! Foi ali que eu sai quando vim a casa dela.

(Depois de sairmos da estação pela dita cuja saída)

Núria:-Ok…afinal acho que não é aqui…

Sim…estávamos perdidas…claramente. Mas também não era assim tão difícil, bastava perguntar a alguém onde é que havia uma paragem do 742 e estávamos safas.

Problema nº3:

Ninguém nos sabia dizer onde ficava a paragem do 742, chegámos ao cúmulo de conseguir achar uma senhora à qual pedimos indicações que conseguia estar tão ou mais perdida que nós xD

Entretanto, a Ana Filipa foi ao MacDonald’s À casa de banho e atenção: ainda se conseguiu perder lá dentro à procura da casa de banho.

Bem enfim, depois de andarmos, andarmos, andarmos lá decidimos apanhar um táxi, não havia outra hipótese, tinha que ser.

Problema nº4:

Pedimos ao um taxista para parar, entrámos no táxi e o taxista muito amavelmente perguntou-nos onde queríamos ir. E a nossa resposta foi : “Tapada da Ajuda” ao que o sr. responde:“Não sabem o nome da rua e o número?”…pois é, qual era o nome da rua e o número?! Mas que ninguém se aflija: viva ás chamadas á borla e aos professores que deixam atender os telemóveis durante as aulas! A Ana telefonou à Ana Marta que se encontrava na aula de A.P. e que muito amavelmente foi à internet e nos disse a morada “Rua Pedro Calmont nº29”, nunca mais nenhuma de nós se vai esquecer onde fica a CASA SOL xD

Problema nº5

Dissemos a morada ao taxista, que muito prontamente respondeu:

- Então e isso fica na Ajuda?!

PÂNICO! Fujam! Nem o taxista sabia que rua era aquela!

-Mas não se preocupem meninas que eu tenho aqui uma coisa que ajuda muito.

Após longos segundos de medo (muito medo), enquanto o sr. procurava qualquer coisa no porta luvas e conduzia ao mesmo tempo por uma das maiores artérias de Lisboa, que estava completamente atafulhada de carros numa correria infernal, lá surgiu o objecto pretendido:

-Aqui está! Este roteiro deu-mo o meu primeiro patrão! Há mais de quarenta ianos! A capa já não esta grande coisa mas tens as ruas todas, os restaurantes e hotéis também! É uma marabilha! Olhe menina beja lá ai se acha a rua por favor – apontando o roteiro para mim – não se preocupe que é fácil, eu só não procuro porque as letras são muito miudinhas para a minha bisão.

Pronto, lá procurámos o nome da rua no tal roteiro e demos as indicações ao taxista, que nos responde:

-Bêem? Eu não bos disse? É uma marabilha! E já tem quarenta ianos! Ah só não tem é o nobos sítios de Lisboa, nem os restaurantes e hotéis mais recentes, mas de resto tem tudo!

Seguiu a viagem sem grandes atribulações, claro sempre ouvindo o sr.Taxista contando que aquele roteiro fora a única coisa que não perdera ao seu patrão.

Finalmente chegámos, no final de contas o sr. sempre soubera onde era a rua mas estava a confundi-la com outra!

 Ao chegar à instituição fomos recebidas pela educadora Andreia, que desde logo nos agradeceu os bens doados, esclarecendo que estes vinham em óptima altura, uma vez que a associação está a passar por algumas dificuldades. De seguida fomos fazer uma visita guiada à instituição. Fomos apresentadas a algumas das crianças que se encontravam na casa, que nos receberam com grande amabilidade e carinho.

Constatámos que apesar da excelente organização e do enorme esforço feito pelos membros da associação, esta está a passar por algumas dificuldades pela falta de espaço uma vez que cuida de um número de crianças que constitui o dobro da capacidade que a casa tem , para além de todas as dificuldades de carácter financeiro devido aos imensos gastos e à falta de ajudas do estado. Neste momento a CASA SOL necessita do maior número de apoios possíveis e de uma casa nova e maior urgente para continuar a realizar o excelente trabalho que tem desenvolvido.

Esta visita fez-nos compreender que apesar de ser muito conhecida a instituição não possui qualquer tipo de apoios financeiros nem qualquer tipo de patrocinadores ao contrário de muitas instituições, sendo que sobrevive da ajuda de particulares.

 

E foi assim a nossa viagem, muito animada e atribulada, mas que valeu mais que a pena pois afinal de contas fomos ajudar quem mais precisa e merece.

 

Agradecimentos:

-Inês Venceslau – aquela cuja casa nós não soubemos encontrar, mas que nos deu indicações valiosas

-Professor Mário Rodrigues – que ainda nos há-de dar o dinheiro que gastámos no táxi (Mais de 25 euros stôr!!)

-Marta Marçal – pelo nome da rua

-Educadora Andreia – pela imensa simpatia e paciência

-A todos os que contribuíram para a campanha trazendo os alimentos que nós doámos à instituição.

-E claro! Agradecemos ao Senhor Taxista, pois sem ele a viagem não teria tido graça.

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